Eu sei
que aceitei um dia
ser transformado numa máquina
fria e obtusa
com uma única função:
produzir sempre e cada vez mais.
Eu sei
que concordei um dia
que colocassem uma barreira
entre mim e o mundo exterior
que me isolassem do mundo.
Eu sei
que me submeti dia
a uma meta secundária
traçada por outrem
independente da minha vontade.
Eu sei
que permiti um dia
ser acionado por botões
sem reflexos
e sem reações.
Mas não posso aceitar
não posso concordar,
hoje,
que esta minha obtusidade
que esta minha obliteração
que esta minha passividade
não tenham limites de tempo
nem variantes
que me permitam opções.
S.B.Campo, 14.05.79.
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